segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Assassínio de K.

O quarto do primeiro andar estava escuro. A criança dormia já fazia alguns minutos. O poster do Homem-Aranha, colado com pedaços desiguais de fita gomada, protegia o seu sono pueril. Em frente, um Noddy passado do prazo resignava-se com o seu estado jurássico. No chão, alguns carros estacionados fora da garagem, ao lado de um Action Man e uma Tartaruga Ninja. Só se ouvia o som do silêncio da noite. A lua observava de longe, como de costume, iluminando o caminho. Tinha chegado a hora. O Ken tem que morrer. Vou-lhe partir aqueles biceps de plástico ordinário. Benjamim respirou fundo. Pegou nos chupa-chupas pneumáticos e aproximou-se deles. Barbie dormia com dois kiwis nos olhos por causa de duas teimosas rugas que só ela conseguia ver. Ken ressonava alarvemente. ‘Ainda ressonas, fanfarrão? Nem imaginas como vou acabar com essa tua vida insignificante de plástico chinês.’ Nisto, ergueu as armas. Mas quando ia esmagar aquele que considerava o seu adversário, um pesadelo ali perto desperta Barbie. Benjamim hesita e esconde as armas atrás das costas. Barbie assustada e surpresa por ver Benjamim ali tão perto. pergunta-lhe bruscamente ‘Que fazes aqui?’ ‘Ouvi-te agitada e trouxe-te algo para ficares mais calma’, estendendo-lhe os chupas. Com desdém, Barbie aceita-os e leva-os à boca. ‘Detesto ananás, como te atreves? Vai-te inútil!!’ E volta a dormir. De lágrimas nos olhos, Benjamim volta ao seu espaço, inundado pela raiva. Pouco depois, regressa com novo chupa.’Barbie, acorda!’ ‘Tu outra vez!’?’ Trouxe de morango, vês?’ ‘Ah, finalmente acertaste em alguma coisa. Vai, agora podes ir.’ Barbie provou o doce sabor do morango que lhe ia tirar a vida.

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