terça-feira, 28 de abril de 2009

Rapidinha

Puxei-lhe os cabelos. Dominei-a. Rasguei-lhe as roupas, uma a uma. Desviei-lhe o cabelo, apenas com o olhar. Depois olhei-a nos olhos e disse-lhe em estrangeiro ‘I love you’. De seguida, e sem pedir permissão, levei-a à Lua sem passar pela casa de partida e sem receber €10. Acabei com aquilo e sentei-me. O sol estava a pôr-se. O jantar estava na mesa. Jantámos.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sal

Diz que conhece Deus por dentro. Vai de quando em quando, de longe em longe. Segue pelo caminho largo que a vida ensinou a trilhar. Ignora as encruzilhadas, como se elas fizessem parte de um destino traçado há momentos. Levanta leves voos rasantes que lhe fazem ver mais de perto. Pirueta por entre os obstáculos da incoerência que reina entre as pedras que se atravessam no seu caminho. Não olha para trás. Detesta sal. Detesta pensar que o que vem de trás dá origem ao que se pode esperar passado um tempo. Leva na bagagem uma mão cheia de ansiedades bacocas que lhe amputam o pensamento. Pára no sinal encarnado. Pára na artéria mais próxima que lhe cobre de paixão um olhar polvilhado pelo medo. Ainda vai longe. Talvez um dia a vida lhe acabe por ensinar que só conhecer Deus pode não chegar. Convém conhecer também os peões que se lhe atravessam no seu lado do passeio.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

hoje

Hoje o dia amanheceu a saber a cerejas.