quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Errar é umano

Desde sempre que erro. Antes axava um desperdício de tempo. Era uma frustração. Daquelas que só têm princípio e nunca, mas nunca, mais acabam. Mas oje, aprendi que errar fas parte da vida. Enriquesse-me. Às vezes, axo que devia errar mais. Cada vez que erro, a vida enssiname novas coisas. Umas são boas, outras nem por iço. Mas nem toda a jente pensa assim. O facto de nem todos pensarem da mesma maneira, até é positivo. O problema, é quando se considera que o erro é coisa má, almaldissuada, que nunca se pode repetir. Quem erra é burro. Pois, mas quem faz tudo bem, não sai da sepa torta. Não arrisca a fazer de outra maenira. É sempre tudo igual. Quem não erra é munótono. Eu já fui muito monótono. Fazia tudo tão sertinho que até xateava. A mim próprio, ainda mais que aos outros. Por isso, oje escolhi errar. Deliberadamente. Sem ninguém para me atormentar as palavras. Mas já aprendi alguma coisa. Que tenho que aprender a escrever. Aqui os erros pagam-se muito caro. E estou com saldo negativo de erros. nota: este testo não foi escrito segundo nenhum acordo ortougrafico

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Samarit_ano

Há dias assim. Sentia-me um samaritano. Dos bons. Deixei-me envolver por este sentimento e olhava tranquilo para anteontem. Contava as minhas samaritanices dos últimos dias. Estava feliz. Quando se faz o bem, mais bem virá para ser feito. E assim foi. Fazer o bem é um vício, mas também uma corrida de 100 metros. E com muitas barreiras. Tem que ser feito depressa e, muito, bem. Caso contrário o que é um acto samaritano, transforma-se subitamente, num acto apenas conhecido com de mera incompetência lógica. Ora, estava agora confrontado com uma destas situações. Ou faço depressa e bem, ou sou um incompetente. Mas, talvez estes actos de bem fazer, e de fazer bem, devessem ter uma outra perspectiva. Uma visão simples de que o tempo não se inventa, ou por outro lado, alguém inventou que cada dia tem 24 horas, uma semana tem 7 dias e por aí fora, até chegarmos a séculos e étecetera. Se nos regemos por este tipo de tempo, controladinho pelo relógio suíço, e também de outras nacionalidades, o melhor é ter tempo para fazer o bem, mas também para dormir e poder voltar a fazê-lo de cabeça fresca. E que tal se tivessem pedido para fazer bem, uns dias mais cedo? Ao que parece, alguns estudos efectuados por institutos reconhecidos internacionalmente, comprovam que há a tendência de pedir ontem para fazer o bem para ontem. E parece ser normal aceitar-se isso como modo de vida. Se ontem já passou para que servem as coisas? Eu tenho uma teoria: é para tapar a incompetência de quem pede. Felizmente, ando a pedir poucas coisas ultimamente. E a última que pedi foi um pastel de nata e demoraram-me anos a trazê-lo. Incompetentes.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ausente, volto já.

Sempre ausente. Ele acabava de ouvir estas palavras cantadas por um génio. Hoje, sem saber bem porquê soaram-lhe a verdade. A uma verdade tão intensa que não teve qualquer dificuldade em aceitá-las. Abriu-lhes a porta do seu mais íntimo ser e deixou-as permanecer ali. Sim, sentia-se ausente. Estava e não estava. Via e não via. Vivia e não vivia. Nem eram só os dias todos iguais, estatisticamente aceites por todos os que o rodeavam, que o deixavam incomodado. Era aquela sensação que não tem explicação. Só se sente e pronto. Um início de mau-estar que não é mal e muito menos é estar. É um arrastamento da respiração que não sabe quando vai parar. De respirar. Prolonga-se alguma coisa que não leva a lugar algum. Talvez o GPS do seu cérebro estivesse avariado. Ou talvez aquela senhora que sabe sempre para onde vai, tivesse ido mesmo, para qualquer sítio e o tivesse deixado ali. À mercê do caminho. Ainda pensou que fosse um daqueles dias que sabem a nada, desde que se acorda e que depois, com o andar dos episódios do dia, vai ganhando sabor. Nada. Olhou em redor e tentou encontrar alguma coisa que o trouxesse de volta. Nada outra vez. Fechou os olhos e bateu à sua porta. As pancadas eram ocas. Faziam eco de alguma coisa. Sem dúvida, eco de si próprio. A porta abriu-se, como se ele tivesse a chave. Estava sem mobília. Só o espaço, o chão. As paredes brancas, nuas, envergonhadas. Silêncio. Tudo lhe era familiar. Não estava, não era. Chegou-se à janela e abriu-a corajosamente. Longe dali, a música percorria o ar em pequenas notas, pausadas, sinceras, suas. Sim, sem dúvida precisava de Variações na sua ausência. Volto já.