quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Metrónomo

Na cozinha os pingos caíam suiçamente. Ping, ping. Sempre à mesma hora, minuto, segundo. Na sala, uma caneta escrevia palavras que pareciam iguais linha após linha. Na televisão, as notícias repetiam-se em caracol. Um relógio, na parede, estava certo, segundo sim, segundo sim. Os Supertramp nunca se enganavam, tocando no estéreo do canto. A menina, sabe-se lá onde, dava estalidos com a boca, sempre na mesma frequência. Numa mesa, bola-ping, bola-pong. Eu cheguei e parti a porcelana toda. Depois, o meu cérebro desligou-se.

1 comentário:

Patrícia Trévidic disse...

será esta?
http://www.youtube.com/watch?v=rx_7_BrR3Bc&feature=fvwrel

o tempo que pinga sem amor
é tempo morto
com dor
sem amor solto perdido
tempo que vai pelo cano
e não regressa
segue a direito
sem engano
sem dono
sem pressa