domingo, 31 de julho de 2011

Histórias do Norte – Cap: 7 - À porta

Desde sempre que as portas me fascinam. Há sempre algo de intrigante nelas. Umas, fortes e robustas, obrigam-nos a esforços para se abrirem. Outras, pura e simplesmente, abrem-se para passar. Outras ainda precisam sempre de um jeitinho familiar. São sempre um marco para nos deslocarmos para outro lado. Ora porque estão abertas e conseguimos, sem dificuldade, ir para onde queremos ou conseguimos espreitar de longe e vislumbrar, nem que seja um pouco, do que vai para lá da porta. Ou então, porque estão fechadas e espreitamos pelo buraco da fechadura, tentando perceber o que se passa. Ou porque, estando fechadas, temos de bater na esperança de que alguém nos ouça. Ou ainda, em alguns lugares nos obriga a saber uma palavra-passe, a conhecermos o porteiro ou a estarmos numa guest-list, coisa muito comum às portas dos dias que correm. Perante uma porta fico sempre dividido ‘Entro, não entro?’. Quando uma porta se abre, abre-se também um novo mundo. E se ela for das boas, a porta claro, muitos outros se podem abrir também. Mas também quando uma porta se fecha, outras se abrirão. É a lei das portas. Eu pessoalmente gosto de portas. Fechadas ou abertas. Fechadas porque se podem abrir. Abertas porque se podem fechar. Mas há um tipo de portas de que não gosto muito – as entreabertas. Não são de confiança.

1 comentário:

Patrícia Trévidic disse...

http://www.youtube.com/watch?v=lS-af9Q-zvQ