quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Céu cor-de-branco-pálido

Deitei-me na cama para poder olhar o céu de frente. Consegui. Quando o céu se olha assim, parece que a essência do Mundo vem ter connosco. Pelo menos comigo. Mas em vez de azul, o meu céu tinha mudado de cor. Estava pálido. Tinha saído de uma manhã de nevoeiro ou de uma pista de bobsleigh - sempre adorei esta palavra e hoje tinha que a escrever em algum lado. No meu céu desse dia não havia sol, nem pássaros, nem uma nuvem para contar história. Mas, estava cheio de grelhas intermináveis de ares condicionados. Alarmes anti-fogo prestes a disparar tsunamis de água doce se alguém quebrava as regras e voltava a comunicar com fumos. Neste meu céu, cheguei a ver estrelas, quando fui invadido por um movimento profissional de ‘eliminação da sensibilidade’. Ainda resisti, mas fui prontamente chamado à razão. Quanto mais sentires, pior para ti. E deixei-me ir. Embalado até não me sentir. Mas com os olhos bem abertos e a ouvir tudo. Saboreei todos os momentos. Fui e vim. Deixei-me frankesteinear. Não gritei, não me mexi, não fiz nada. Apenas ouvi o realizador ao fundo – ‘Corta’. O céu, esse continuou branco por mais uns dias.

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