sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Olhos de selva

Mais um dia em que eu tinha escolhido não ver. Não ver parecia sempre a melhor solução. E mesmo quando, de repente, o sol parecia brilhar num verde de esperança, lá voltava à escuridão da ignorância. Como é confortável não saber. Não querer saber.  Mesmo quando a sombra da minha consciência, que aparecia de uma forma absolutamente antibiótica 4 vezes ao dia, a opção era sempre buscar a escuridão.  Mais vale sózinho que muito mal acompanhado. São coisas que a vida, quando tem tempo, nos ensina. No outro dia, para ver se combatia essa solidão, comprei uma pequena árvore. Mas 'pequena' e ´árvore' são duas palavras que não combinam. Uma árvore tem que ser grande, imponente, antiga. Por isso, para lhe gerir a carreira, fui colocá-la ao pé da janela para ela realizar a fotossíntese. E ela cresceu, cresceu, cresceu. Para cima, para os lados e até para trás. Eu não conseguia ver nada dentro desta selva em que se transformou a minha casa. E também não me importava. 

1 comentário:

Patrícia Trévidic disse...

http://www.youtube.com/watch?v=yD_IEqxp-e0