terça-feira, 6 de outubro de 2009

Fosse porque fosse

Mantive-me à porta durante dias. Abre, fecha, abre, fecha. E eu ali. Por baixo outras como eu. Suplicava que o negro cativante e espesso me penetrasse. Sem dó nem pidedade. Ou então que alguma alma benevolente me levasse embalada nas suas mãos. Talvez até preferisse isso. Levada, embalada. Talvez me tornasse um avião e planasse por cima do mundo até acabar o céu. Ou talvez fosso barco e me afundasse à primeira semi-onda no fundo de um alguidar. Talvez fosse apenas bola: intermitente, incoerente, amachucada. Talvez me atirassem para bem longe daquela porta de impressora onde esperava ansiosa o próximo CTRL+P -> Yes.

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