sexta-feira, 12 de junho de 2009

Borges

Pelo sim, pelo não, Borges jogou pelo seguro. olhou em frente, ajeitou os óculos e avançou. Mas, qual não foi o seu espanto, quando pôs os olhos em tal fenómeno até as glândulas salivares, explodiram em todas as direcções. Borges nunca mais foi o mesmo, Viu, ouviu e passou ao lado. É que o olhar em frente e dar de caras com o passado, não é para todos. Pelo sim, pelo não, é melhor fechar os olhos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Uma nova vista sobre a cidade.

Túlia não aguentava mais. Chegou-se mais perto e olhou para baixo. A cidade não tinha parado para testemunhar aquele momento. Olhou para a esquerda, depois olhou para a direta. Não vinha ninguém que a pudesse impedir. Respirou bem lá no fundo do seu ser e, como que se despedindo do que lhe era caro, quase nada na verdade, deu um passo atrás e fumou um cigarro. Depois outro e mais outro. Voltou a empoleirar-se. Voltou a dar um passo atrás. E outro à frente. Não, ainda não era hoje que dizia adeus à vida. Deu novamente um passo atrás. Em falso. Afinal a cidade tinha parado para a observar. Para nunca mais voltar a vê-la.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dor de olhos.

Só de ver já me dói. Olhei para o lado e fiquei imóvel. Fixei os olhos. Aquilo incomodava-me, mas não conseguia afastar-me. Fiquei horas a tentar que o meu cérebro ordenasse às minhas pernas, de uma forma lógica e racional, que se pusessem a andar dali para fora. Mas não, não consegui mover-me. E se aquilo me doía por dentro. Talvez um dia me encha de coragem e tome um frasco de analgésicos. Já vou poder olhar. E, de certeza que vai doer menos.