Um espaço para se escrever por tudo e por nada. Por tudo o que há para dizer e que nada fique por escrever.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Notas finais
O acordeão tocou pela última vez. Os bravo diminuiam a cada dia. Peggy sentia-se à mercê, derrotada. O medo tinha sido exigente. Na realidade, não muito mais que os anteriores. Parecia ter durado mil relógios. Não sabia se tinha sido a névoa exagerada daquela erva maricas, ou o bafo quente a álcool, de Hector. Talvez não chegue nunca a saber. Sentada no seu coito, olhou-se de frente no velho reflexo de projecções fundidas. Perguntou-se porquê? Porque não era já a mais bela? A resposta veio sob a forma de uma bala bem no meio da fronte, por entre a franja amarela e a ruga própria de quem já tinha ultrapassado o seu tempo.
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