Mateo tinha acordado cheio de nada e com uma indomável vontade de fazer coisa nenhuma. Movia-se a nada e para nada. Nada o fazia pensar que o melhor era ter alguma coisa. Mas, nada. Para Mateo nada interessava, nem mesmo ele próprio. Por isso, nesse dia, nada fez. Rigorosamente nada. Quer dizer, respirou fundo e olhou pela janela, onde de vez quando penetravam envergonhados raios de sol. Mas, ficarem para todo o dia, nada. Foram-se ainda quase antes de terem vindo. Mateo ali ficou imóvel. Sem nada sentir, sem nada pedir, sem nada pensar. Esvaziou-se de si próprio e sentou-se, nu, à espera que nada se passasse.
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