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terça-feira, 14 de outubro de 2008
Muda o script
Se tivesse de escrever sobre o dia de hoje, tirando o rescaldo de quando alguma equipa portuguesa ganha aos estrangeiros (finalmente ficamos à frente de alguém), não se regista nada de muito interessante. Ou se fala de crise ou se fala da crise. E, não será por acaso que quando a crise começou, a onda de crimes se tornou, diria, menos viva. Mas, deixemos este tema para outro dia. Assim, se não há nada de interessante para se falar e escrever sobre, então fale-se de política. Pois bem, hoje tive a sensação que vi um político realmente interessado em dois ou três problemas da nação. E quando o vi, acho que estava com a cassete desligada, porque não estava contra os outros partidos. Estava mesmo a tentar perceber a raíz do problema. Se fosse o Pacheco Pereira diria ‘essa sim é a questão essencial’. Bom, mas voltando à raíz do problema, deparo-me logo com duas coisas importantes: a raíz, que como se sabe tem a sua na sua, e portanto, está lá para baixo. E o problema, que como todos sabemos vem sempre no lugar do desafio e, muito atrás da solução. Porque se quer ser reconhecido e valorizado, há que ser problema. É que ser solução é uma coisa um bocado burguesa. Quem tem problemas é gente. Quem tem soluções é burguês. Faz sentido? Talvez nem tanto, mas também os Estados Unidos invadiram o Iraque à procura de bombas de mau cheiro e toda a gente achou que fazia sentido. Os gajos vão lá e acabam com aquilo num instante e ainda vêm passar o Natal a casa. Só não sabiam era de que ano. E também me tinha esquecido que eles já tinham o Vietname no CV e a coisa não tinha corrido por aí além. Ainda hoje o Chuck Norris aparece, de vez em quando, como a Música no Coração no dia de Natal. Mas o que é certo é que agora até vão mudar de Presidente e andam todos atarefados. Vai mudar o script.
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