terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Um bom sentimento vale por mil. 'Sim, tens razão.'

Descobri hoje a importância dos sentimentos. Sentir alguma coisa, em relação a algo, pode realmente fazer a diferença. Há que ter coração. Passa uma bela mulher no meio de uma rua horrível e há um sentimento misto: de atracção em relação à mulher, de repulsa em relação à imundice da rua. E ela, Roberta Cruz de Sousa Pinho Silva Ferreira & Santos sempre teve sentimentos. Altiva, confiante. Passada larga, galgando obstáculos, sempre focada no objectivo. Nunca enganou niguém que chegaria longe. Atrás de Roberta, apenas aqueles que tinham menos sentimentos que ela. Eu, por exemplo, sempre senti sentimentos. E quem sente sentimentos, é pessoa. Quem não sente não é ninguém e, em alguns sítios, também não é filho de boa gente. Hoje descobri que há pessoas com um sentimento: o sentimento de que tem sempre razão. E eu eu estou sentido com isso.

Desimportem-se

‘Pára tudo que eu quero passar’. Fazia isto sistematicamente. Dia sim, dia sim, lá estava a ignorar os outros e a atravessar-se, como que vindo do realmente nada. Assim que chegava, impunha a sua presença e obrigava toda a gente, de perto ou de mais longe, a largar tudo o que tinha na mão, só para lhe prestar a atenção que pensava merecida. Merecida não, mais que merecida. Na balança das subjectividades mundanas, o ponteiro da importância pendia sempre para o seu lado. Sentia-se importante e cheio de vaidosas vaidades. Pavoneava objectivamente a sua importância subjectiva, desdenhando quem passava e quem ia ainda passar. Talvez um dia venha a aprender que a sua importância vai depender da importância que lhe dão. E continuam a dar-lhe muito mais do que seria objectivamente importante. Eu não me importo de lhe retirar toda a importância. Mas para isso, tenho que me desimportar de outras subjectividades a que dou demasiada importância. Como por exemplo, parar tudo para deixar passar.